A novela Babilônia vem recuperando
espaço no Ibope após a TV Globo implementar mudanças profundas na trama. A
decisão foi tomada diante do fracasso de audiência do folhetim após um boicote
promovido nas redes sociais por evangélicos.
Dentre as
principais queixas sobre a novela estavam o beijo gay do casal de lésbicas, a
busca insaciável por sexo da personagem Beatriz (Glória Pires) e a promessa de
cenas de prostituição com a personagem Alice (Sophie Charlotte).
Com o boicote,
Babilônia chegou a marcar média de 23 pontos de audiência, quando normalmente
as novelas das 21h00 registram 38 no Ibope. Junto a isso, o sucesso da “novela
bíblica” da Record, Os Dez Mandamentos, acendeu a luz de alerta na Globo.
Para as mudanças
surtirem efeito, a emissora tomou a decisão de escalar o autor Silvio de Abreu
para supervisionar a história escrita por Ricardo Linhares, Gilberto Braga e
João Ximenes Braga.
Recentemente, Abreu interviu em uma
série de 12 capítulos, transformando-os em apenas seis depois do corte de cenas
consideradas descartáveis.
Além disso, a
Globo optou por modificar a história de um personagem, que se revelaria gay.
Carlos Alberto (Marcos Pasquim) se assumiria homossexual, mas agora terá sua
“aversão” a mulheres explicada de outra forma: ele teria perdido a esposa em um
acidente de carro, e desde então, preferiu não se envolver com ninguém.
“O novo destino
de Carlos Alberto será mais uma alteração em Babilônia. Soma-se à de Alice
(Sophie Charlotte), que não entrou para prostituição; à de Beatriz (Gloria
Pires), agora uma mulher apaixonada e cada vez mais distante da ninfomaníaca da
primeira semana da trama; à de Inês (Adriana Esteves), que era obcecada pela
amiga e isso foi transformado em vingança; e aos cortes dos beijos e carinhos
entre Teresa (Fernanda Montenegro) e Estela (Nathalia Timberg)”, explicaram os
jornalistas Márcia Pereira e Daniel Castro, do site Notícias da TV, listando as
mudanças feitas pela Globo na novela.
As medidas
começaram a surtir efeito, e na última semana, Babilônia marcou média de 29,4
pontos de audiência no Ibope, número que não alcançava desde o terceiro
episódio, segundo informações do site Meio Norte.
Diante disso, a
Globo decidiu ser cautelosa e não apresentou a personagem vivido pelo ator
transexual Rogéria. “Estou aguardando em casa o chamado da direção da novela
para começar a gravar, mas até agora não recebi nenhuma ligação. Sinceramente,
eu não sei o que vai acontecer com a [personagem] Úrsula e com o núcleo dela,
que também está bem sumido. Tenho acompanhado ‘Babilônia’ e todo mundo sabe que
a novela precisou passar por algumas adaptações, mudanças e por isso o melhor a
fazer é esperar, torcer”, disse Rogéria, em entrevista ao Uol.
A precaução com os rumos da novela,
porém, não é a mesma quando se trata de comemorar cada novo ponto de audiência
conquistado: “Babilônia ainda não decolou, é certo. Por isso, toda boa
pontuação da novela é comemorada na Globo com champanhe. No sábado, por
exemplo, em plenos feriado, quando a audiência cai, Babilônia registrou 29
pontos no Rio de Janeiro, de acordo com o Ibope. É o recorde da novela aos
sábados”, informou o jornalista Lauro Jardim, da revista Veja.
No entanto,
Gilberto Braga, um dos autores de Babilônia, negou que as mudanças
implementadas pela direção da Globo na novela tenham sido motivadas pela
rejeição do público ao beijo do casal de lésbicas: “Fizemos uma pesquisa sobre
isso e tenho o parecer em mãos, mas é sigiloso’, despistou em entrevista à Veja
Rio.
Gospel
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